quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Avenida Japão, cuidado com nossas crianças

"Avenida Japão, cuidado com nossas crianças". Existia uma placa com esses dizeres na parede da entrada do restaurante que a gente administrava. Hoje, o restaurante já não existe mais... acabou fechando as portas... e está descansando em paz.

Bom, a imagem dessa placa veio na memória hoje de manhã na padaria onde geralmente compro pão. Eu estava na fila para pagar o pão de todo dia. Nessa hora vi um menino de, acho que 4 anos cutucando a mãe para ver um "au-au" que estava lá fora. E ele apontava através da porta de vidro o "au-au". Nessa hora que ele estava apontando, não sei por que veio a imagem de ele enfiando aquele dedo na brecha que se formava quando a porta se abria. E não sei se era porque eu era um pentelho levado também, eu passei a ignorar a fila onde estava e foquei a atenção no menino. Eu tinha pressentido um perigo naquele menino. Dito e feito. Uma senhora saiu da padaria e a brecha da porta se formou. Em questão de 2 segundos o menino conseguiu enfiar o dedo na brecha "maledita" da porta. E a porta se fechando aos poucos... Nossa, nessa hora eu corri pra porta e puxei a porta abrindo-a novamente e "mandei" o menino tirar o dedo de lá. Não lembro do meu tom de voz, se eu briguei com ele ou só chamei atenção. Só sei que não foi por maldade. A porta quando se fechava por completo, não deixava brecha. Imagino se eu não estivesse observando o menino, e ele tivesse o dedo apertado na fresta... não imagino o que poderia acontecer... sei lá... tipo em filmes de terror, o dedo decepado e tal... chega... que está me dando arrepios em pensar na situação. Mas... nessa hora veio a placa na minha memória. "Cuidado com nossas crianças". O menino, genealogicamente falando, não é meu filho. Teoricamente não preciso tomar conta dele. Mas, ele está interligado a mim de alguma forma. E preciso tomar conta quando é preciso. Agradeço a Deus por ter mandado eu tomar conta do menino enquanto a mãe dele pagava o pão. "Cuidado com nossas crianças". Não sei quem colocou a placa no restaurante, se foi meu pai ou não sei quem. Mas foi bem sábio em colocar "nossas" e não "suas".

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Maciel

Até que enfim!!! Instalaram um Oi fixo em casa. Agora vou poder ligar a vontade pra tudo que é canto do Brasil e do mundo... que nada... só papo. :) É mais por causa da internet que é mais em conta do que eu contratar uma banda larga. O problema de eu contratar banda larga é que eu só posso fazer se eu contratar junto a programação de TV que raramente vou assistir. Bom, mas esse não é o "xis" desse texto.

Olha só o cenário: O expediente dos técnicos da Oi fixo se encerra 18:30. Eu tinha marcado com eles às 17:30. Fiquei lá fora esperando pra não terem dificuldade de me achar e irem embora. Deu 18:00 e nada... 18:05 e nada... 18:10 e nada... 18:15 e nada... 18:20 e nada... 18:25 e nada... 18:26 e nada... 18:27 e nada... 18:28 e nada... engraçado que quanto mais próximo da hora limite do expediente deles mais eu olhava no relógio pra acompanhar a contagem regressiva. Deu 18:30 e nada. Respirei fundo, respirei fundo, respirei fundo, respirei fundo... e eu disse pra mim mesmo... "Agora fud...". :) Eu fiquei mais um tempo lá curtindo o vendo fresco e quando eu vejo um carro se aproximando e advinha quem? Quem? Quem? Quem? Raimundo Nonato!!! :) Brincandeira... era o técnico da Oi fixo fora do expediente já e cumprindo sua obrigação marcada com o cliente. Nossa, só não chorei vendo aquela dedicação pois ia ficar meio baitola (nada contra eles... ou elas...).

Mas ainda não é isso que quero contar. Ele chegou, plugou um fone no plug da parede de casa e foi lá fora na caixa geral ver a minha fiação. Demorou e demorou. Depois de uns 15 minutos ele volta suado e sorrindo. Eu pensei: "O que ele tá achando engraçado nessa demora toda?" E ele veio me contando que demorou pois um rapaz estava tentando ajustar a altura do banco da bicicleta dele e que já tinha comprado 2 chaves de boca e não tinha dado certo. O rapaz perguntou pro técnico se ele tinha alguma chave que desse pra ajustar a altura do banco da bicicleta. Olha só o cenário: o técnico fora do expediente dele, trabalhando, doido pra ir pra casa descansar, e ainda um pentelho pede um favor? Um técnico normal, provavelmente diria que não tinha pra não dar trela e poder ir pra casa mais cedo. Mas não. Olha só que engraçado: ele disse que tinha no carro dele e foi buscar e ajeitou a bicicleta do rapaz.

Imagino a cena do técnico ajudando o rapaz, o que não era uma obrigação funcional dele, e logo depois o rapaz agradecendo a atitude do técnico. E o técnico me contando isso e eu pensando tudo isso que eu escrevi acima: que bom que existe gente assim no mundo. São pessoas assim que crescem espiritualmente e galgam posições mais elevadas no pódio da vida. O atendimento se encerrou com meu fone instalado, nas minhas considerações, pelo melhor técnico da Oi fixo: o Maciel.

Queria eu poder falar isso pro chefe dele. Mas eu sei também que não precisa o chefe dele saber disso, pois o grande chefe Deus está vendo e vai recompensá-lo pela sua atitude de alguma forma. A vida é justa, sempre.