quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Profissão: Limpador de vidro

Olá gente, bom dia.

Hoje eu gostaria de falar que, por um breve momento, mudei meu pensamento com relação aos meninos que ficam no sinal limpando os pára-brisas dos carros.

Às vezes eu dirijo carro dos meus amigos, já que eu não tenho um meu próprio. E sempre foi um sufoco naquele cruzamento da Ramos Ferreira com a Getúlio Vargas onde fica a academia Sheik. Lá é a "empresa matriz" desses meninos que estão nessa "profissão". Hoje em dia eles são mais abusados. Tem até uns, que vão passando aquela esponja no vidro e não estão nem aí se vc sinaliza, às vezes gesticulando desesperadamente, dizendo que não quer o serviço deles. Tem uns que fazem um sinal tipo "outra vez vc paga".

Hoje eu peguei um desses abusados que tacou a esponja no canto do pára-brisa e ficou aquele melado no vidro. Ao meu sinal de que não queria o serviço dele, ele foi obediente: simplesmente tirou a esponja do vidro e pulou pra outro carro que estava atrás... Só que ele deixou aquele babado no vidro, além de que aquela esponja já era todo sujo...

Eu pensei: ah, depois vai chover e esse babado vai sair. Mas nem precisei esperar muito... mais adiante um outro menino desses ofereceu o serviço, e já sabem qual foi minha reação: gesticulei que não precisava. O menino, acho que percebeu o babado que o outro colega de trabalho deixou no carro e fez uma coisa que eu não esperava: passou o outro lado da esponja e limpou a parte do babado e foi se sentar na calçada. Eu fiquei olhando até o sinal abrir para aquele menino e claro, mandando mil vibrações de felicitações pelo "espírito Disney" que ele teve. Vcs sabem o que é esse "espírito Disney"??? Um outro dia eu explico. Mas, eu só sei que se eu tivesse uma empresa, na mesma hora eu desceria do carro e ofereceria um trabalho para ele. Foi bonita a atitude dele em não deixar o "trabalho sujo" estragar a imagem da "categoria". Ele poderia ser um líder e ensinar essa postura aos demais, inclusive a nós de outras profissões. Valeu!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Janela da alma

Oi gente! Não sei se vcs vão reconhecer esse olhar, talvez não, mas tem gente que vai. :) Um doce pra quem acertar. :)


Mas nesse post eu queria falar sobre o olhar das crianças. Eu já ouvi o termo de que os olhos são as janelas da alma. No caso das crianças, parece que o vidro dessa janela é 100% transparente. Por isso que a gente consegue ter fotos fáceis com esse reflexo todo dos olhos das crianças. Quando eu tenho contato com uma criança, às vezes eu fico parado olhando e admirando o olhar delas. É incrível como eles brilham. Talvez pela pureza da alma que não vê defeitos nos outros, as coisas ruins da vida. Para eles, tudo é bonito, tudo é lindo, tudo é perfeito, tudo é aprendizado, tudo é felicidade, tudo é festa.

É claro que logo logo eles crescem e passam a ter contato com as várias dificuldades da vida e às vezes se perde esse brilho no olhar. E é triste quando isso acontece pois a vida por si só já é bonita e mágica. É importante para nós, que nos dizemos "crescidos", aprender essa lição linda com as crianças. O sentimento puro e sincero. O olhar atento. O brilho no olhar. O sorriso sem receios. Os atos sem malícia. A esperança. Se jogar nos braços dos pais com confiança total. A naturalidade. Tudo. Não lembro bem as palavras exatas de Jesus Cristo, mas algo dizendo "Venha a mim as crianças, pois delas é o reino dos céus".

Eu tenho um áudio em arquivo do palestrante Alfredo Rocha onde eu não canso de ouvir esse trecho. Ele fala de uma repórter que faz uma pergunta a um palhaço de 73 anos.

Ela pergunta ao palhaço: - O senhor tem medo de morrer?
E ele disse: -Não... eu não tenho medo de morrer... a única coisa que eu tenho medo é crescer. As pessoas quando deixam morrer a sua criança, elas morrem pouquinho junto também.

E isso sempre é uma reflexão pra mim.

As crianças, muito mais elevados espiritualmente que nós adultos, estão aí para nos ensinar. Basta querermos aprender com elas.

Um abraço a todos!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Cheiro de Natal

Há uns 5 ou 6 anos, eu ouvi uma expressão que, quando chega essa época do ano, sempre me vem à mente. Nunca mais esqueci dessa expressão, pois eu achei interessante e engraçada. Isso aconteceu quando eu ganhei uma boneca Bebezinho numa promoção da internet. Na época, o site da americanas.com era ainda chamado de lasa.com. E como a Americanas estava lançando o site, tinha um monte de promoção. Ganhei um monte de coisa, mas essa boneca foi a que mais marcou por esse motivo.

Quando o suposto prêmio chegou em casa, eu dei pra Érica* abrir o pacote, pois eu não tinha o que fazer com a boneca. Brincar? Eu? Que nada. Quando ela abriu e tirou a boneca da caixa, abraçou a boneca e falou: "Tem cheiro de Natal". E foi legal o mix de alegria com lágrimas escorrendo no rosto dela recordando a época de Natal dos tempos de infância. Na verdade, "Cheiro de Natal" seria tipo cheiro de brinquedo novo. Mas a cena foi linda.

Há um tempo, eu tenho pensado em um mundo onde mais pessoas (quando digo pessoas, quero dizer crianças) pudessem ter contato com esse "Cheiro de Natal". E esse ano resolvi integrar ao projeto social dos Correios que se chama "Papai Noel dos Correios". No site dos Correios (www.correios.com.br) vc vai ver mais detalhes sobre o projeto muito bonito que eles desenvolvem. Falei com alguns amigos que poderiam querer participar junto e consegui umas 12 pessoas que toparam de cara. Um dia desses, eu fui pegar umas cartinhas no Serviço Social dos Correios. Hoje (07/12/2007) vou pegar mais algumas pois não deu tempo de pegar as 12 cartinhas naquele dia. Obrigado a vc que topou embarcar na minha idéia.

Vim no ônibus imaginando essas crianças recebendo o presente do Papai Noel, sorriso estampado no rosto, alegria transbordando no ar, e guardando no fundo do coração essa lembrança do "Cheiro de Natal".


* A Érica foi com quem convivi durante muito tempo e quem teve a boa vontade de me aturar esse tempo todo. Hoje não estamos mais juntos, mas aprendemos muito um com o outro. Obrigado a ela.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Jamel e sua equipe

Aprensento hoje o Jamel... quanta audácia da minha parte... já que nem eu o conheço direito. Só sei que ele faz parte de um grupo de pessoas que coordena um projeto que engloba meninos e meninas do Mauazinho e da Vila Felicidade, que fica perto do CEASA de Manaus.

Ontem (01/12/2007) tive oportunidade, ou melhor dizendo, tive a bênção e a coincidência de estar lá no anfiteatro da praça que fica do lado do Millennium Shopping para assistir ao trabalho deles. Um coral de crianças no palco cantando músicas diversas do Roupa Nova, de Natal, etc. Tinha umas 40 crianças sendo regidas por um maestro muito show de bola também. Ele gesticulava muito e ao mesmo tempo cantava em voz alta junto com as crianças. Olhando-o, eu sentia o esforço e a alegria com que ele comandava aquelas crianças. O show seria bonito só por isso mesmo. Mas Deus é muito bom pois me mostrou algo mais bonito além do coral.

No momento que eles estavam cantando a terceira música, faltou energia e ficaram sem o som do teclado que jogava a melodia no ar. Esse foi um momento bonito que inclusive me emocionou bastante, com direito a olhos marejados. (revisando esse texto, eu mesmo me confundi pensando que eu tinha me emocionado com a falta de energia elétrica... não foi isso... continuem a leitura). Só frisando que é difícil isso acontecer comigo, de me emocionar. Nessa hora eu pensei que iriam parar de cantar e continuar depois que a energia voltasse. Mas não. O maestro que estava em baixo do palco, pulou pra cima do palco para que as crianças pudessem ver a regência dele mesmo estando um pouco escuro. Houve uma pausa de uns 3 segundos, e logo eles continuaram cantando. Foi muito bonito.

Me envegonhei do que eu pensei na hora que faltou a energia: pelo fato de serem crianças, pensei que eles iriam se dispersar e virar uma bagunça geral. Eles esperaram o comando do maestro para saber o próximo passo: que foi continuar com o show. Aquelas crianças me ensinaram uma coisa muito legal: que o show deve continuar.

Quantas vezes a gente pára de perseguir nossos sonhos quando nos deparamos com o primeiro obstáculo? Às vezes se está a um palmo da conquista do sonho, mas desanimamos e desistimos. Como diz no "Livro dos Jovens" de autoria do professor Masaharu Taniguchi: A hora mais escura da noite é a mais próxima do alvorecer. O show deve continuar!

Um abraço caloroso a cada criança do coral do projeto Mauazinho e Vila Felicidade da Prefeitura de Manaus.